24 de outubro de 2013

IB: The Only Exception - Cap 2

  Na hora do recreio, fui à caça daqueles dois que desapareceram num passe de magica, não é possível. No caminho para a cantina trombei com alguém e cai de bunda no chão...
XX: Desculpa... – disse e me estendeu a mão para eu levantar –
Vc: Tudo bem. – sorri tímida e olhei para o rosto do ser que me derrubou – Não acredito... – coloquei a mão na boca, surpresa – Christian Beadles! – sussurrei –
Chris: Oi – sorriu –
Vc: Eu não acredito. – ele deve estar achando que sou uma completa idiota – É você mesmo ou estou tendo sérias alucinações? – ele riu –
Chris: Sou eu e, hm, eu vou estudar aqui e como não conheço a escola e nem tenho amigos, será que você poderia me mostrar a escola? – disse –
Vc: Claro que sim – sorri – vamos? – ele assentiu e fui lhe mostrar a escola –

  Depois de andarmos praticamente o recreio inteiro, que tem 45 minutos, eu ainda não tinha achado a Sam e nem o Phil. Chris é muito engraçado, me faz rir com suas piadas, por mais idiotas que sejam, e é o tipo de garoto que qualquer garota quer ter como amigo. Isso, apenas amigo.
  Depois de andarmos, fomos até a sala e nos sentamos. Ele começou a me contar o que o fez sair do Canadá para vir estudar aqui, numa cidade chamada Asheville, com uma população de cerca de 86.000 pessoas.
  Não tenho o que reclamar da minha cidade, na verdade, a adoro. A população de Asheville é muito calma, e tratam muito bem os visitantes. É uma cidade de interior, o clima é refrescante, as vistas dos altos das montanhas são incríveis. Mas mesmo com tudo isso, me pergunto; O que leva um garoto “famoso”, amigo de um dos cantores mais populares da atualidade, estudar numa cidade tão isolada do mundo? Ele me disse que ter uma privacidade longe das câmeras era um sonho, que ele sabia que iria se tornar realidade a partir do momento que ele sumisse do mapa, evaporace. Não sei bem se todo aquele papinho de menino certinho me convenceu, mas, vamos ver o que acontece esse ano. Tenho a leve impressão de que coisas boas estão por vir, tomara que minhas expectativas não sejam um caminho a mais para o minha angústia e decepsão no final do ano.
  Ficamos conversando até o sinal bater. Ele se sentou ao meu lado e as pessoas comecaram a entrar na sala, até que vejo Samantha e Philip entrarem com cara de quem andaram aprontando.

  As aulas depois do intervalo passaram voando. Depois da aula, me despedi de Chris, e resolvi ir falar com aqueles dois que nem se pronunciaram, apesar de eu tê-los encarado a aula toda.
Vc: Oi – disse sínica –
Sam: Oi vaca – disse com a maior cara de pau. Já disse como odeio quando ela faz isso? –
Phil: Eai (Seu apelido)? – disse mexendo no celular. Que vontade de tacar esse celular na parede. –
  Eles ficaram em silêncio. Sam estava olhando para o celular de Phil e eles riam.
Vc: Posso saber o motivo da graça? – disse –
Sam: Não é nada não. – Phil pegou o celular e guardou no bolso da jaqueta – Eai? Porque tá com essa cara de emburrada?
Vc: Jura que você não sabe Samantha? Vocês me deixaram sozinhas na hora do recreio, procurei vocês pela escola toda. Depois entraram na classe, nem me olharam, na aula nem falaram comigo, e ainda por cima ficam com essas caras de inocentes. Mas só pra avisar, isso não cola comigo. – disse já com raiva e eles se entreolharam em um olhar desconhecido por mim. Phil estava gaguejando, tentando encontrar as palavras – Falem, andem logo. O que vocês estão escondendo de tão importante que nem a melhor amiga de vocês pode saber? Ein?
Sam: Olha (Seu nome), também não é assim. Sabemos que você é nossa melhor amiga, mas há coisas que não precisamos compartilhar com você. – disse e eu a olhei indignada –
Vc: Mas...eu sou a melhor amiga de vocês, a gente prometeu desde pequenos... – meus olhos estavam marejados – de dedinhos, lembram? A gente prometeu que nunca haveria segredo entre nós, NUNCA.
Phil: (Seu apelido) – disse pela primeira vez pronunciando algo que não fosse gaguejos ou frases para uma rápida mudança de assunto – Olha, não fica assim. – disse me abraçando e eu me soltei rápido o encarando –
Vc: Quer saber? – disse e os escarei – Eu vou embora. – disse e sai andando –
  Ouvi alguns gritos atrás de mim, mas ignorei. Não sei o que está acontecendo. É algo sério, mas, como vou saber se meus “melhores amigos” não querem contar pra mim? Pra falar a verdade, sei lá se eles se consideram ainda meus melhores amigos. Ou, será que eu também os considero?
  Fui até uma praça a poucos metros da escola. Sentei-me num banco velho que havia lá, e fiquei observando. Pessoas felizes, crianças felizes, adolescentes felizes. Parece que quando você está triste o mundo todo fica feliz. Não sei se é algo paradoxo, apenas vivente na minha imaginação. Não sei se é por algum motivo, ou é em vão.
   Fiquei mais um tempo naquela praça observando as pessoas, elas são interessantes. Nunca parei pra pensar em como se cria sete bilhões de pessoas diferentes; gostos diferentes, olhos diferentes, cabelos diferentes, peles diferentes, vozes diferentes, corpos diferentes, imaginações diferentes, personalidades diferentes, enfim, tudo diferente.
  O tempo começou a esfriar, e então liguei pra minha mãe. Não estava com fome, o que de fato é estranho, por eu não ter comido praticamente nada de manhã.
  Minha mãe chegou de carro e me olhou preocupada, não era pra menos, estava pálida, minha boca estava branca, meus olhos claros, fundos, meu corpo, frágil, e minha voz saia como um sussurro. Ela insistiu para que eu fosse ao médico, mas, expliquei para ela que não precisava e tive que mentir dizendo que havia comido na escola, o que de fato me incomodou, pois odeio mentir para a única pessoa que se importa de verdade com a minha saúde, até mais que eu.
  No caminho, não dissemos mais nenhuma palavra. Decidi ligar o carro e estava passando a melhor música de todos os tempos; “believe”. Os locutores da rádio estavam dizendo que Justin viria para Carolina do Norte no mês que vem, e que os ingressos começariam a ser vendidos hoje 00h00min. Meu coração então fez, o que o coração de toda Belieber faria se descobrisse que seu maior ídolo iria vir para o seu estado, quase pulou do meu peito. Minhas mãos estavam soando demais, e, minha cabeça estava pensando nas formas de convencer minha mãe e meu pai a me deixarem ir a esse show.
  Cheguei em casa e corri para o meu quarto. Peguei meu cofrinho para ver o que tinha; 109...136...155...192...213 reais. Fui para o site e procurei me informar sobre os preços dos ingressos: “325,00 a meia, para estudantes e 650,00 para os a partir de 18 anos”. Ok, agora é só convencer minha mãe a gastar 1/4 do salário dela em ingressos para assistir Justin Bieber, ao invés de comprar roupas e sapatos que ela tanto ama. Isso não será nada fácil.
  Desci as escadas tensa, afinal, era agora ou nunca. Fui em direção à cozinha e minha mãe me olhou.
Aline: Tudo bem? – perguntou e eu assenti – Quer? – me ofereceu um pedaço de chocolate e eu neguei. Não me pergunte por quê. –
Vc: Mãe. – disse e ela me olhou de novo – A gente precisa conversar.
Aline: Pode falar filha. – se sentou à mesa e eu me sentei logo em seguida –
Vc: Você sabe que eu tenho sonhos, não sabe? – disse ela assentiu desconfiada – Então. Justin vai vir mês que vem pra cá e eu queria muito ir ao show dele. – disse breve e esperançosa –
Aline: Filha. – disse e logo perdi todas as esperanças. Quando uma mãe começa a frase com “filha”, já era. – Eu e seu pai sabemos que você tem sonhos, e, também sabemos que você é Belieber de coração. – disse e eu sorri fraco, assentindo – Mas, não dá pra gente te levar pro show. Não por conta do preço, mas, não quero que você fique tendo esperanças de que um dia vai conhecer ele, vai abraçar ele e tudo mais. Vamos ser realistas. As possibilidades de isso acontecer são as menores possíveis. – disse e eu a encarei com os olhos marejados. Ouvir isso dos amigos é até aceitável, mas ouvir da própria mãe, que diz sempre acreditar nos sonhos dos filhos, junto com eles, é inaceitável –
Vc: Não acredito nisso. – disse e subi correndo as escadas. –
  Cheguei ao meu quarto, tranquei a porta, e desabei de tanto chorar. Queria tanto ter meus amigos aqui do meu lado, dizendo que ia ficar tudo bem, que eles me ajudavam a convencer minha mãe, mas, parece que em um dia, meu mundo colorido ficou escuro, e toda a forma de acreditar, mesmo sendo “impossível”, desapareceu.

3 SEMANAS DEPOIS...

                                                                                        CONTINUAAAAAAA......

Espero que tenham gostado Beliebers.
                                                            - Helo

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