Chris: (Seu nome), eu... – olhou meus pulsos – O que é isso?
Vc: - tentei esconder meu braço mais foi em vão. – Chris.
E-eu posso explicar. – Não, eu não podia explicar. –
Chris: (Seu nome). - tentou falar algo – (Seu nome), eu não
acredito. – disse enfim – Como você pode fazer isso com você mesma? – me abraçou
–
Vc: Chris – disse apenas e comecei a chorar – Você não
merecia. – solucei – Não merecia uma amiga tão idiota como eu.
Chris: - ele me soltou e me olhou sério – Sabe de uma coisa?
– disse e eu apenas olhei fundo nos olhos dele. Eles eram lindos. – Eu acho
mesmo que você é idiota, mas, não por isso. Você é idiota para achar que seus
problemas são tão grandes a causar esse estrago. – pegou meus pulsos e me
mostrou – (seu nome). Acredite. Existem pessoas arrumam vários motivos para se
matar todos os dias, e mesmo assim, estão ai, em todos os lugares, com a cabeça
erguida. – suspirou forte. – Porque você faz isso? – me perguntou com os olhos
marejados –
Vc: Chris. – disse, apenas –
Eu sabia que uma
hora ia ter que contar isso a alguém, fora minha mãe e meu pai que já sabem.
Sabia que ia ter que revelar minhas dores do passado, mesmo querendo as
esconde-las o máximo possível. Mas, elas foram encontradas.
Eu sou o tipo de
garota que esconde embaixo de um sorriso, uma parte dolorida e catastrófica da
vida. Não há nada que me faça esquecer as noites que passei em claro. Dos dias
que me jogaram na lixeira. Quando me xingavam de; “baleia”, “gorda”,
“ridícula”, “nerd”, “suja”, e apelidos que prefiro não citar. E, o pior dia de
todos, foi quando me trancaram na sala do faxineiro. A sala era sem circulação
de ar alguma, tinha apenas uma luz, que era falha. A escola foi fechada mais
cedo, para minha sorte, e passei a noite lá. Fiquei presa, aproximadamente,
dezesseis horas. Naquele dia, resolvi
que não iria comer mais, nem que me restasse apenas a morte, pelo menos iria
descansar tranquila, sem me preocupar com alguém riscando meu rosto, ou,
prendendo-me a carteira.
Sai do transe com
Chris estalando as os dedos próximo a meu rosto.
Vc: Ahm, desculpa. – sorri envergonhada –
Chris: Tudo bem. – abaixou a cabeça, passou a mãos nos
cabelos, suspirando e os jogando para trás, e me olhou sério. – Agora podemos
conversar? – assenti –
...
Passei a tarde
inteira na casa do Chris. Contei a ele todo o motivo dos cortes. Contei que
sofri bullying, toda aquela historia das palavras ofensivas, da bulimia, e
também, da minha séria mania de me cortar por qualquer problema. Ele teimou em
dizer que deveria ir a uma clinica, ou, a um psicólogo. Ignorei o fato de ele
ser um garoto de 16 anos extremamente exagerado, e estar confuso ainda, aliás,
ele tinha descoberto a história apenas há uns minutos atrás.
Eu prometi a ele que pararia de me cortar.
Bom, eu prometi a ele com os dedos cruzados, então, digamos que sou uma garota
totalmente traíra, que boicota as esperanças dos outros de quererem ver você
melhor.
Agora, nesse exato momento, são 18h47min.
Minha mãe, por incrível que pareça, não apareceu ainda aqui em casa hoje.
Então, já que estou sozinha, vou sair para resolver os problemas com minha ex
melhor amiga. Não aguento mais ser excluída pelas pessoas que me conhecem desde
pequena, e que amo.
Tomei um banho, fiz os curativos nos meus
cortes, escovei meus cabelos, e coloquei essa roupa:
Se a blusa é uma indireta? Magina.
Sai de casa em direção à casa de Samantha.
Cheguei, suspirei, e segui em frente. Bati na porta e logo uma mulher atendeu.
Era a mãe da Sam, Kate.
Kate: (Seu nome)! –
disse e me abraçou –
Vc: Oi Sra. Goulding. – sorri. Ela é como uma
segunda mãe pra mim. –
Kate: Entre,
querida. – disse e assim fiz. A casa continuava a mesma. Admito, sinto saudades
da Sam que era minha amiga, e que me convidava todos os dias para ir a casa
dela assistir filme e comer brigadeiro – Como vai você e seus pais?
Vc: Bom, comigo
está tudo bem. – a olhei e ela tinha um sorriso no rosto. – Mas, com meus pais.
– abaixei a cabeça – Eles estão se separando. – disse e ela mudou de expressão,
ficando surpresa. –
Kate: Querida. – me
abraçou – Eu sinto muito, mesmo! – disse ainda no abraço – Olha. – me soltou –
As coisas acontecem como Deus quer, e se ele quis assim, talvez seja melhor. –
ela disse, como sempre, vendo o lado positivo das coisas. –
A Sra. Goulding
era totalmente diferente da Sam, tanto na aparência, como na personalidade e na
forma de agir. Sam sempre foi tão negativa e errada, e a Sra. Goulding é a
pessoa mais positiva que eu já vi em minha vida. Até quando eu e Sam nos
machucávamos, ela sempre dizia que era por algum motivo, ou por uma força
maior. Bom, pelo menos uma coisa a Sam puxou dela, as duas tem ideias fora do
comum e falam coisas sem sentido.
Vc: Acho que
a senhora tem razão. – disse, sincera. –
Kate: -
sorriu – Veio ver Samantha? – disse e eu assenti – Ai (Seu nome). – suspirou
triste – A Sam não é a mesma desde algumas semanas atrás. Ela está rebelde, sem
educação, e só tira notas baixas nas provas. – disse e eu abaixei a cabeça.
Estou me sentindo parcialmente culpada. –
Vc: Hm, ela
está? – disse e ela assentiu – Posso? – apontei para as escadas –
Kate: Claro
querida. Fique a vontade. – sorriu fraco e foi em direção à cozinha. –
Subi as escadas um pouco nervosa, digamos.
Nunca tinha tido uma briga tão tensa com Sam como aquela. Cheguei em frente à
porta dela, respirei fundo, e bati três vezes.
Sam: Já vai
mãe. – gritou. Acredito eu, que de dentro do banheiro –
Vc: - abaixei
a cabeça, tensa –
Sam: Mãe,
falei pra você que eu já... – me olhou – Ah, é você. - disse com cara de tédio
– Falei que não era para deixá-la subir mãe. – gritou –
Vc: Não culpe
sua mãe pelos seus erros, Samantha. Suas atitudes me trouxeram até aqui. – a
encarei séria. – Nós precisamos conversar.
Sam: Eu não
tenho nada pra falar com você.
Vc: - eu a
encarei incrédula – Não? Tem certeza mesmo? E o fato de você ter ficado três
semanas me ignorando e me esnobando? Não contam?
Sam: Olha,
você que ficou toda nervosinha aquele dia, só porque eu e Phil não dissemos
nada pra você.
Vc: Vocês
eram meus melhores amigos. Eu sempre contei tudo para vocês, até mesmo aquilo
que não queria contar. – respirei fundo para conter minhas lagrimas – Eu sempre
odiei o fato de não conseguir guardar um segredo de vocês. – meus olhos já
estavam quase transbordando – Mas, pelo que vejo, sou a única que levava a
sério nossas promessas de crianças.
Sam: Nós
éramos crianças. – disse revirando os olhos –
Vc: Mas eram
promessas, Samantha. – gritei – Eram tontas, eram ridículas, mas ainda sim eram
promessas. – não aguentei e comecei a chorar – Como você pode ser tão ridícula?
Tão fria?
Sam: Eu não
sou nada disso. – riu sarcástica – Você que é, e sempre foi uma garota muito
frágil (Seu nome). Você chora por qualquer coisa que dizem. – me olhou, ainda
sorrindo sarcástica. Aquela não era a Sam. Aquela não era minha melhor amiga. –
Você não pode ouvir um; “(Seu nome), você está gorda”, que já sai correndo e
chorando. - eu a olhei incrédula – Além de você ser a nerd da escola e todo
mundo te zuar. – disse e ultima parte mais baixo, mas eu ouvi direito.
Infelizmente eu a ouvi direito. –
Vc: - eu não
sabia o que dizer –
Sam: Olha.
Presta bem atenção no que eu vou dizer, ok? – disse com raiva e eu assenti
olhando para o chão. Sim, eu estava com medo. – Naquele dia, eu e Phil
estávamos indo procurar você, mas, como não tínhamos achado, fomos para a
cantina...
(Seu nome)
OFF
Samantha ON:
P.O.V
Flashback on:
Phil e eu estamos aqui, igual dois lesados,
tentando encontrar a (Seu apelido), mas não a achamos em lugar nenhum. Onde
aquela menina se meteu?
Eu: Ai Phil,
não aguento mais. Vamos comer? – disse apertando minha barriga. Estou morrendo
de fome –
Phil: Ok. –
disse e fomos em direção à cantina –
Pegamos nosso lanche e nos sentamos na mesa
do canto, que dá vista a todas as mesas do refeitório.
Phil: O que
eu faço para ser como eles? – disse e eu me virei, olhando na direção que ele
olhava. –
Phil
sempre sonhou em ser um jogador de basquete, mas, como somos os excluídos da
escola, suas chances diminuíram para zero. Bom, e eu não fico muito atrás, pois
sempre quis ser uma cheerleader (líder de torcida). Nossos sonhos nunca se
realizaram pelo fato de termos a (Seu nome) no grupo. Mesmo ela não sabendo,
ela era a única razão para não seguirmos nossos sonhos, porque, se eu for uma cheerleader,
não posso ser amiga da (Seu nome) nunca mais, apenas do Phil.
Eu: Não sei. –
o encarei – E eu? – ele me olhou – O que faço para ser como elas? – apontei para
a quadra que fica ao lado. Elas faziam a coreografia numa sincronização perfeita
–
Phil: Não sei.
– disse e rimos –
Comemos o nosso lanche, e quando estávamos passando
ao lado da mesa dos jogadores eles chamaram Phil.
XX: Ei. –
Phil e eu os olhamos – Você que é o Phil?
Phil: Hm. –
ele estava nervoso. – Aham.
XX: Sou o
Peter. – me olhou – E você? – sorriu pra mim –
Eu: Sam. –
sorri envergonhada e baixei a cabeça –
Peter: Soube
que quer entrar no time, cara. – colocou o braço direito nos ombros de Phil e
me encarou. – Seu amigo tem talento?
Eu: - assenti
–
Peter: Amanhã,
15:30, teste para novos integrantes do time. – soltou de Phil e caminhou em direção
ao resto da turma, que saia do refeitório. E logo nos olhou – Aparece lá. –
Phil assentiu e agora Peter me olhou – Você também. – piscou pra mim. Devo
estar roxa. –
Phil: Cara. –
sussurrou hiper animado – Não acredito!!! – disse e eu sorri –
Eu: Pois é. –
suspirei sorrindo – Nem eu. – rimos –
Ficamos direto na escola. Fizemos o teste, e,
adivinhem, passamos. Eu ainda não estou acreditando. Minha felicidade é tanta,
mas, minha tristeza também é. Eles disseram que se eu quisesse ser cheerleader,
tinha que deixar de ser amiga da (Seu nome). Pensei muito em deixar pra lá esse
teste, afinal, ela é minha amiga, mas, eu sonhei com isso tantos anos, e agora,
que a chance está na minha frente, é burrice não aproveita-la.
Decidi então, que, já que eu e Phil “discutimos”
com a (Seu nome), vamos deixar pra lá e ignora-la, e então, não precisamos
machucá-la, dizendo coisas do tipo: “Vamos deixar de ser seus amigos porque
agora eu e Phil realizamos nossos sonhos e eles não te incluem. Xau.” Ok que
ignora-la também vai machuca-la, mas, pensem pelo lado bom, meus sonhos vão se
realizar. Eu queria que ela entendesse que, a partir de agora, não podemos mais
ser amigas.
Flashback off:
Samantha OFF.
(Seu nome)
ON: P.O.V.
Eu não conseguia raciocinar direito. Era tudo
tão novo e dolorido pra mim. Não conseguia aceitar o fato de minha melhor
amiga, ou melhor, ex melhor amiga ser tão egoísta a esse ponto.
Vc: Quer
saber? Você deveria repensar melhor os seus sonhos. – ela me olhou – Porque os
sonhos, não são para destruir a vida de uma pessoa. Eles são para você sonhar,
e viver, com os amigos, família, e todos. – ela olhou pra baixo – Você não machucou
apenas a mim, Samantha. Você machucou a sua mãe.
Sam: Você não
sabe de nada. – me encarou –
Vc: Sei sim. –
gritei a interrompendo – Sei que você é uma idiota, sei que você machuca os
outros sem se preocupar. Sei que você é a garota mais egoísta, e não merece a mãe
que tem. Sei também que você prefere ser uma merda de líder de torcida, e ter
amigos falsos para todos os lados, que falam mal de você pelas costas, do que
ter uma melhor amiga que te ama mais que tudo nesse mundo, e que daria a vida
por você. – ela estava chorando – Agora pense Samantha. Sonhos destroem vidas? Não,
não destroem. – suspirei – Eu sempre tive tantos sonhos, sempre andei nas
nuvens, e sonhei acordada, como uma idiota, mas algum dia, apenas me responda;
Algum dia eu deixei de ser sua amiga para viver algum sonho meu? Não. – disse,
por fim –
Sam: Eu que
sou a idiota? – ela riu sarcástica logo depois de enxugar as lágrimas. – Você que
é tonta, não indo em direção aos seus sonhos, apenas desviando deles. – ela chegou
mais perto – Você esta com inveja (Seu nome), inveja de eu ser uma cheerleader,
e você ser apenas a nerd excluída.
Vc: Eu não tenho
inveja de você, sabe por quê? – a encarei – Porque não tenho inveja de vadias
que abandonam amigas no momento que ela mais precisa delas. – disse e me virei,
descendo as escadas. –
Passei por Kate e apenas fiz um negativo com
a cabeça. Ela abaixou a cabeça, se sentou e começou a chorar. Não disse nada,
apenas abri a porta e sai. Não queria voltar para casa, porque não queria que
minha mãe me visse nesse estado e começasse a me encher de perguntas. Meu corpo
estava dolorido, sem motivo algum. Sentei-me na calçada de uma rua desconhecida
por mim, e logo decidi andar mais um pouco.
Andei, andei, andei. Parecia que eu estava bêbada.
Estava mole, e as pessoas me olhavam assustadas.
Vc: Porque eu
não morro agora? – disse e peguei meu celular abrindo o twitter. – Justin
Bieber, vai ao meu enterro? – twittei para ele e ri de mim mesma. – Isso seria
épico.
Sentei e fiquei ali, por mais alguns minutos.
Logo, resolvi voltar para casa. Atravessei a rua e senti meu corpo se chocar
com algo. Vi apenas algumas sombras, e ouvi pessoas gritando, logo apaguei.
CONTINUAAAAAAA......
AAAAAH,
postei ahahaha obrigada a quem esta lendo. Espero que estejam gostando!
- Helo
Nenhum comentário:
Postar um comentário